Resumo:
Os materiais de acabamento e revestimento da construção civil devem atender a critérios técnicos que visam, prioritariamente, a segurança dos usuários. Nesse contexto, os materiais empregados para melhora da qualidade acústica de ambientes devem ter como premissa básica o cumprimento de legislações e referências normativas que definem a adequada classificação para a segurança contra incêndio em ambientes internos. Posto isto, esta pesquisa teve por objetivo realizar uma análise sobre a influência da aplicação de revestimentos superficiais de proteção passiva ao fogo, no comportamento da absorção sonora de manta de lã de PET 100%, material fibroso já estudado e validado como bom absorvedor acústico. Os revestimentos superficiais de proteção passiva ao fogo foram tinta intumescente para espumas acústicas, aplicado na lã de PET, e retardante de chamas para tecido para o tecido de poliéster 100%. O substrato, a manta de lã de PET, foi utilizado em duas composições: na espessura de 60 mm e densidade 20 kg/m³ e na espessura de 60 mm e densidade de 30 kg/m³. Para alcançar o objetivo proposto, foi realizada uma pesquisa experimental para obtenção dos coeficientes de absorção dos materiais com e sem a aplicação de produtos de proteção passiva ao fogo, através de ensaio de tubo de impedância, conforme procedimento da norma ISO 10534-2. Ademais, foram realizados ensaios de ignitabilidade, conforme as prescrições da ISO 10534-2:1998, nos materiais com e sem proteção passiva ao fogo. Aplicado o proposto, verificou-se que as amostras de lã de PET crua e as amostras de lã de PET com tecido com retardante sofreram ignição, enquanto, as amostras com tinta intumescente não tiveram ignição. Quanto ao coeficiente de absorção sonora, foram comparadas as amostras com e sem aplicação de tinta intumescente e verificou-se que a perda de absorção sonora é maior nas medias e altas frequências, representando, no pior caso, uma diferença de αs=0,11 na manta mais densa. Contudo, identificou-se que a diferença de densidade dos materiais ensaiados é mais significativa do que a presença ou não do revestimento de proteção passiva ao fogo.