Resumo:
Em 2016, os cidadãos do Reino Unido compareceram às urnas para votarem pela permanência ou não do país na União Europeia (UE). Esse processo, nomeado de Brexit, marcou a história do bloco europeu, pois foi a primeira vez que um país solicitou seu desligamento. O objetivo deste estudo é avaliar os impactos sobre a produção, o comércio internacional e o bem-estar no Reino Unido e na UE, a partir da consolidação do Brexit. Nesta pesquisa, utilizou-se o modelo de equilíbrio geral computável, mediante uso da base de dados Global Trade Analysis Project (GTAP), versão 10, com o intuito de simular os impactos sobre a produção, o comércio e o bem-estar para as economias diretamente envolvidas, considerando o reestabelecimento de barreiras não tarifárias (BNTs). Os resultados revelaram que o Reino Unido seria o maior prejudicado com a ruptura, ocorrendo uma redução no volume de bens transacionados, queda na produção doméstica e uma diminuição do bem-estar – queda na eficiência alocativa e deterioração dos termos de troca. Identificou-se que a UE também seria prejudicada com o Brexit, porém com menor intensidade devido ao seu grande mercado comum. Observou-se também que outras regiões obteriam ampliação do comércio e de bem-estar, como, por exemplo, EUA, China, Japão, Brasil, América Latina e Commonwealth.