Resumo:
Esta pesquisa investiga, a partir de uma práxis de design sentipensante, quais os processos de Design Estratégico, guiados pela busca por autonomia e pelos valores éticos de amorosidade, podem promover a imaginação de outros mundos para uma educação inclusiva e plural. Apoiada pela teoria da complexidade, proponho reduzir a dualidade razão/emoção na produção de conhecimento, base da proposição de uma prática de design sentipensante e de contribuições metodológicas ao Design Estratégico com base na tríade dialógica amor/decolonialidade/autonomia. A partir da premissa de que diálogo e amor são indissociáveis, projetar por uma ética amorosa implica em uma prática projetual que respeita os diversos saberes dos sujeitos envolvidos no projeto e cultiva um diálogo que tem como premissa uma escuta atenta e cuidadosa. Pelo pensamento decolonial, entendido como força de resistência à lógica da modernidade/colonialidade, proponho uma cultura de projeto que introduz uma outra forma de saber, ser e fazer para o design, com foco na processualidade, em oposição às práticas orientadas à resolução de problemas. A autonomia, como horizonte teórico e político, sugere outras maneiras de viver e de se relacionar que partem do respeito aos valores, experiência e práticas das comunidades. O design em busca de autonomia tem como premissa uma prática direcionada para a construção colaborativa e horizontal de mundos mais habitáveis. A partir das contribuições metodológicas propostas, foi realizada uma prática de cocriação de cenários futuros com educadores e educadoras engajados a pensar em mundos alternativos para a educação, construídos a partir de narrativas que, além de carregar os saberes e afetos dos seus co-criadores, seja comunicável para que outros possam, também, sentipensar a proposta. Foram realizados dois encontros colaborativos com educadores e educadoras de diferentes escolas e áreas de ensino para a elaboração de cenários futuros. Os cenários foram redigidos posteriormente no formato de carta e entregues para quatro educadores e educadoras, que acrescentaram seus afetos aos cenários.