Resumo:
O estudo defende a controladoria como uma capacidade organizacional que apoia a estratégia e atua como antecedente das Capacidades Dinâmicas. Ambas temáticas apresentam lacunas identificadas em pesquisas anteriores. A lacuna sobre as Capacidades Dinâmicas aponta para a incipiência de explicações sobre como são formadas as Capacidades Dinâmicas. Essa lacuna também oportuniza entender a relevância da pesquisa que busca conhecer os elementos que dão forma à estratégia organizacional. Essa busca ocorre a partir da lente teórica das Capacidades Dinâmicas que se distingue, porque procura respostas que não foram suficientemente apresentadas pela RBV, especialmente no que se refere à obtenção da vantagem competitiva sustentável. Quanto à temática da controladoria, a lacuna se situa nas divergências sobre a atualização da função organizacional da controladoria. Para isso, são propostas as capacidades da controladoria, com base nos estudos anteriores sobre a evolução das funções da controladoria e na teoria de base das capacidades. A teoria de base das capacidades contribuiu para o suporte e o alinhamento dos conceitos com as capacidades da controladoria. À medida que a tese trata do desenvolvimento das capacidades da controladoria e sua conexão com a estratégia, ela propõe um caminho que ajuda a preencher ambas lacunas apontadas. Este caminho é pavimentado pelo objetivo de pesquisa, que consiste em avaliar a relação da controladoria sobre os fundamentos das Capacidades Dinâmicas. A metodologia que orienta o traçado da pesquisa, foi dividida em duas etapas: exploratória e descritiva. A etapa exploratória tratou do tema de pesquisa e do desenvolvimento do referencial teórico, a formação dos construtos, a validação das escalas, a formação das hipóteses e o desenvolvimento dos instrumentos de pesquisa e seleção da amostra. A etapa descritiva tratou da coleta de dados, dos procedimentos de validação da escala das Capacidades Dinâmicas, finalizando com a análise das informações coletadas e o teste de hipóteses. A amostra contou com 120 empresas brasileiras e dois respondentes diferentes, responsáveis pelas áreas da controladoria e da estratégia. Os resultados deste estudo demonstraram que as hipóteses foram suportadas e novas relações aproximam a controladoria e a estratégia e abrem um novo campo de pesquisa. Além disto, enseja uma potencial contribuição gerencial que se direciona aos gestores responsáveis pela estratégia e para o reposicionamento da controladoria na organização, de tal modo, que possam levar em consideração os efeitos das capacidades de análise, planejamento e controle da controladoria, atualizando a função organizacional para um patamar de apoio estratégico.