Resumo:
Durante o último século, as doenças cardiovasculares (DCVs) se tornaram a principal causa de morbidade e mortalidade no mundo (WHO, 2004). As doenças cardiovasculares aparecem em primeiro lugar entre as causas de morte no Brasil e representam quase um terço dos óbitos totais e 65% do total de mortes na faixa etária de 30 a 69 anos de idade, atingindo a população adulta em plena fase produtiva (GODOY et al., 2007). A doença isquêmica do coração, incluindo o infarto agudo do miocárdio, é o componente principal de mortalidade de doenças do aparelho circulatório nas cidades da Região Sul e Sudeste (ESCOSTEGUY et al, 2002). No Rio Grande do Sul as doenças do aparelho circulatório são os principais motivos de óbitos na população acima de trinta anos (SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE, 2006). A síndrome coronariana aguda (SCA) é o principal diagnóstico de internação hospitalar acometendo 879 mil pacientes por ano, e ao se considerar também como diagnóstico secundário, esse número se eleva para 1.555.000. A doença arterial coronariana (DAC) resulta em uma a cada cinco mortes nos Estados Unidos, sendo a causa principal ou contribuinte de 653 mil óbitos. Estima-se que a DAC cause 330 mil mortes por ano fora dos hospitais ou no setor de emergência (AHA, 1998).
Conforme a AMERICAN HEART ASSOCIATION (2009), o infarto agudo do miocárdio (IAM) foi considerado o maior problema de saúde pública nos países industrializados, por tratar-se da principal causa isolada de óbito. Portanto, se as doenças do aparelho circulatório são as principais causas de morte e estão entre as mais importantes razões de internação hospitalar, informações sobre as características de quem interna, bem como sobre as formas de tratamento, evolução hospitalar e prognóstico, relacionado a esses pacientes tornam-se fundamentais para a organização do sistema de saúde. Desta forma o presente estudo pretende descrever e analisar a ocorrência de reinfarto num grupo de pacientes internados com síndrome coronariana aguda, sendo um evento que sempre requer internação hospitalar, tendo um diagnóstico clínico relativamente simples e bem estabelecido, geralmente baseado no tripé história clínica, evolução por eletrocardiograma e curva enzimática. O seu manuseio conta com inúmeras opções terapêuticas, com eficácia demonstrada por evidências científicas (ESCOSTEGUY et al., 2003).