Resumo:
As doenças crônicas não transmissíveis são responsáveis por 60% dos 56,5
milhões de óbitos no mundo, representando aproximadamente 46% da carga global
de doenças (OMS, 2002). Para o ano de 2020, estima-se que as doenças crônicas
representem 57% do total, permanecendo como a principal causa de mortalidade e
incapacidade na população mundial. Mais da metade das mortes atribuídas às
enfermidades crônicas é por doenças cardiovasculares (OMS, 2002) e cerca de 80%
destes óbitos ocorrem em países de baixa ou média renda (OPAS, 2003).
Dentre as doenças cardiovasculares, as isquêmicas, representadas pelo
infarto agudo do miocárdio, e as cerebrovasculares, pelo acidente vascular cerebral,
são as principais causas de morte em países desenvolvidos e em desenvolvimento.
Juntas, estas enfermidades respondem por cerca de 24% das mortes ocorridas em
todo o mundo (WHO, 2008). Doenças isquêmicas e cerebrovasculares compartilham um mecanismo em comum, a aterosclerose. A aterosclerose é o principal mecanismo fisiopatológico responsável pelo desenvolvimento da doença arterial coronariana (KAMPOLI et al., 2009). A ruptura de uma placa aterogênica permite o contato de material
trombogênico com o sangue, levando à formação de trombos (DAVIES; THOMAS,
1985). A trombose que se apresenta posteriormente à ruptura da placa é o evento
mais relevante tanto para o início de um episódio de síndrome coronariana aguda
MORENO et al., 1994), como para o acidente vascular cerebral (RÖTHER et al.,
2008).O presente estudo tem por objetivo identificar a incidência de acidente
vascular cerebral em uma coorte prospectiva de pacientes com síndrome
coronariana aguda, durante a internação, em trinta dias e seis meses após a alta
hospitalar, relacionando este desfecho com fatores associados.