Resumo:
A alimentação é, após a respiração e a ingestão de água, a mais básica das necessidades humanas. É através do alimento que obtemos a energia necessária para desenvolvimento de nossas atividades e manutenção de um estado adequado de saúde. Todas as situações que levem a um excesso ou escassez no consumo qualitativo e quantitativo de alimentos podem refletir no perfil nutricional do indivíduo. A obesidade pode ser definida como uma enfermidade caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura, resultado de um desequilíbrio entre consumo alimentar e gasto energético, que traz prejuízos à saúde do indivíduo representando com isso enorme impacto sobre a qualidade de vida, morbidade e mortalidade e custos diretos e indiretos para a saúde pública e, portanto, suas causas e possíveis soluções, são objeto de estudos no mundo inteiro. As conseqüências do excesso de peso têm sido analisadas em diversos trabalhos, os quais demonstram que a obesidade é fator de risco para a maioria das doenças crônicas como a Diabete Melittus, Hipertensão Arterial, Hipercolesterolemia, Doenças Cardiovasculares, certos tipos de Neoplasias e, ainda, Apnéia do Sono, distúrbios psicossociais e osteoartrites (WHO, 2000). O aumento da prevalência de obesidade em nossa sociedade nas últimas décadas é certamente esperado pelo rápido desenvolvimento de fatores ambientais que favorecem a quantidade de energia consumida e limitam a energia gasta (HILL & PETERS, 1998). Os países chamados em desenvolvimento, apresentam mudanças nos seus perfis demográficos e sanitários por conta de um novo contexto social, político, econômico e tecnológico, derivados de um mundo progressivamente globalizado. Essas mudanças contribuem indiretamente para a transição nutricional observada nesses países, ou seja, um rápido declínio na prevalência das enfermidades carenciais e elevação, em ritmo mais acelerado, da prevalência de sobrepeso/obesidade. (MONTEIRO apud:SCHIERI,R; 1998). A obesidade não é apenas uma doença de nações desenvolvidas e as evidências levam a considerá-la uma epidemia mundial, atingindo todos os níveis socioeconômicos com significativo aumento de sua prevalência nos países em desenvolvimento (POPKIN et al, 1998; INAN,1991).