Resumo |
A presente pesquisa se dispõe a analisar como são construídas as narrativas em torno da ocupação Mulheres Mirabal por parte do jornal GaúchaZH,e pelo Sul21. Com isso, quer-se saber: que elementos editoriais e de produção da mídia tradicional e da independente contribuem para que uma possível diferenciação no enquadramento jornalístico de narrativas ocorra e como se estabelece a disputa de sentidos sobre a ocupação e o jornalismo? Deste modo, foram analisados os conteúdos produzidos e publicados pela própria ocupação em suas redes sociais, bem como as reportagens produzidas pelos veículos jornalísticos anteriormente mencionados sobre a ocupação Mulheres Mirabal. Também se olhou para o conteúdo relacionado ao movimento que fora publicado por ambos os jornais em suas páginas no Facebook. Para observar a circulação discursiva e a disputa de sentidos entre os objetos e os atores sociais, foram analisados os comentários presentes em todo o conjunto de observáveis. Por fim, também foram realizadas entrevistas com pessoas inseridas no movimento social e também no veículo contra-hegemônico. Na discussão teórica que embasa a pesquisa, foram tratados assuntos referentes a sociedade midiatizada, as práticas e essências do jornalismo, as diferenças discursivas entre a grande mídia e a mídia alternativa, os enquadramentos e reconhecimentos realizados pelos veículos de comunicação e a atuação dos atores sociais na disputa de sentidos. Destaca-se como achados da investigação as lógicas midiáticas e de experimentação adotadas pelo movimento, bem como um olhar diferenciado por parte do jornalismo para a ocupação em função da pauta social que carrega, isto é, a violência contra mulheres, rompendo com imaginários já estabelecidos.; |