Resumo:
Essa dissertação tem por objetivo analisar imaginários e materialidades de vigilância impostas por meio das plataformas de monitoramento de atividades de usuários (UAM) da Time Doctor e Teramind. Para a investigação deste trabalho, parto dos conceitos da Racionalidade Neoliberal, Vigilância e Automação, as quais atuam fortemente tanto na construção, operação e imaginários dessas plataformas. Para isso, utilizo a metodologia da Tecnografia proposta por Taina Bucher, a qual possibilita tirar as plataformas de vigilância da caixa preta observando o que é possível a partir das entradas e saídas de dados para além dos imaginários possíveis do objeto. Neste trabalho, encontrei elementos presentes na gestão e controle dos trabalhadores desde os primeiros estudos de tempos da administração científica do início do século XIX, quanto às potencialidades e possibilidades de adentrar com profundidade no ambiente de trabalho. Fica evidente a penetração da captura, do processamento de dados e, principalmente, a transformação destes em gráficos, cuja representação desses serve como insumo para tomadas de decisões dos gestores. Esta dissertação contribui para a área da comunicação por discutir as transformações das práticas que extinguem o micro gerenciamento, ao impor um mecanismo de análise capaz de extrair informações e policiar os trabalhadores em prol da produtividade. Além disso, mostra que as possibilidades da vigilância eletrônica sobre o proletariado transformam não somente o ambiente de trabalho, mas toda a relação de poder entre empregadores e trabalhadores.