Resumo:
A perda de biodiversidade é comum a todos os ecossistemas do mundo, no Brasil a situação não é diferente, onde a conversão de áreas naturais em agrícolas está levando a uma perda de ambienteis naturais em todos os biomas. Uma das alternativas para conservar ambientes é a criação de áreas protegidas, onde uma parcela do bioma é protegida em meio a um ambiente em transformação. Ser considerada uma área protegida nem sempre é garantia de atingir os objetivos da conservação. Deficiências de recursos financeiros, recursos humanos, gestão, manejo e aspectos legais nem sempre permitem fazer com que estas áreas estejam imunes às pressões externas. Este trabalho tem como objetivo a avaliação de duas categorias de áreas protegidas no Brasil: as Unidades de Conservação de Proteção Integral e os Sítios Ramsar. Para esta avaliação foi realizado um estudo utilizando-se o uso do solo como métrica da paisagem, com foco no interior e no entorno das áreas protegidas. Esta análise foi realizada através de ferramentas de sensoriamento remoto com utilização das bases dos Projetos Probio (2007), Mapeamento de uso e cobertura vegetal do Rio Grande do Sul: LABGEO-UFRGS (2018) e MapBiomas Coleção 3 ( 2017). Os resultados demonstraram que estas áreas protegidas não estão imunes as pressões externas, com muitas áreas apresentando uso antrópico em seu interior incompatível com a sua categoria. No caso dos Sítios Ramsar os resultados mostraram bom estado de conservação e uma relação com o entorno que serviu como anteparo às pressões antrópicas. Nas Unidades de Conservação do Bioma Pampa, a análise da categoria de proteção integral mostrou a necessidade de se discutir alternativas de manejo para conservação dos campos naturais.