Resumo:
Rochas carbonáticas continentais, via de regra, apresentam evolução diagenética complexa, em grande parte devido a serem mais suscetíveis a variações químicas (concentrações de íons, pH) e físicas (temperatura) da água além de recorrentes exposições subaéreas. Neste contexto, os carbonatos continentais aptianos presentes nas bacias de Kwanza, Campos e Santos tem suscitado muito debate quanto a sua origem e evolução diagenética. Para melhor entender esse assunto, em especial no que tange a origem, fonte e tempo relativo da precipitação da sílica, foi realizada uma análise integrada de dados sísmicos, de poços e de lâminas delgadas em um campo de óleo e gás situado da Bacia de Santos. Através deste estudo, foram distinguidas duas zonas principais de silicificação no interior da Formação Barra Velha. A primeira destas zonas (Zona Silicificada A) se caracteriza pela presença de nódulos e camadas estratiformes de sílica em meio a laminitos, muitas vezes perturbando os sedimentos. Já na segunda zona (Zona Silicifica B) a sílica ocorre como quartzo macro e microcristalino e agregados fibrosos, cimentando poros, veios e fraturas. A sílica que ocorre na Zona Silicificada A foi associada a processos singenéticos (sindeposicionais e/ou diagênese precoce) ocorridos durante os estágios finais de ciclos regressivos. Já a sílica presente na Zona Silicifica B foi relacionada a circulação de fluídos de alta temperatura durante estágios de soterramento profundo. A sílica relacionada aos processos próximos à superfície ou à mesodiagênese não são exclusivos a uma zona específica, mas amplamente dominantes nas zonas silicificadas A e B, respectivamente.