Resumo:
Considerada como questão emergente na construção civil, a gestão de manutenção (conhecida por FM - do termo inglês facility management-) requer uma variedade de agentes e disciplinas para realizar intervenções que garantam durabilidade e desempenho esperados de edifícios. A falta de formalização da FM, informações dispersas, desconectas e incompletas, resultam em pouca eficiência e falta de estratégia preventiva. Este trabalho tem como objetivo propor um modelo de gestão da fase de manutenção de edifícios, utilizando o conceito BIM (Building Information Modeling), com foco na manutenção preventiva. O trabalho foi realizado a partir de um estudo de caso, mediante três etapas: diagnóstico da FM de edifício educacional (EE) e também de um edifício residencial (ER); integração FM-BIM e proposta do modelo. Os resultados mostraram que a gestão do EE, por possuir um departamento de infraestrutura, a FM é realizada formalmente e com caráter preventivo, mas o responsável pela gestão aponta falta de informação. Na gestão do o ER, a FM é realizada com caráter corretivo e com reduzido nível de formalização. Em ambos, o projeto dos edifícios não é utilizado. Para a integração FM-BIM foi realizada uma categorização das atividades de FM, segundo os critérios de periodicidade e status para alguns dos sistemas do prédio EE. Através do software Dynamo, essas atividades podem ser visualizadas diretamente no modelo em Revit. O modelo propõe a FM através de subprocessos, planejamento e ação e controle. Através do modelo o projeto dos edifícios passa a comunicar visualmente as atividades de manutenção segundo os critérios adotados. Segundo a percepção dos responsáveis pela manutenção dos edifícios estudados, a utilização do modelo facilita muito o acesso às informações ao longo do tempo. Requer, no entanto, que os projetos sejam realizados com informações baseadas em experiências anteriores de projetos similares referente à manutenção, e que o responsável tenha conhecimento dos softwares utilizados, o que pode indicar um maior envolvimento da construtora na gestão de empreendimentos na fase de pós-ocupação.