Resumo:
Nas últimas décadas, a Bacia do Parnaíba vem sendo assunto de estudo desde que foi descoberto seu alto potencial para exploração de gás natural. Neste escopo, a área de estudo deste trabalho está localizada na porção leste da bacia, região nordeste do Brasil, na qual afloram arenitos e siltitos das formações Cabeças (Devoniano) e Poti (Carbonífero), rochas reservatório da Bacia do Parnaíba. Subordinadamente, rochas magmáticas estão presentes correspondentes a dois eventos intrusivos de idade Mesozóica atribuídas às formações Mosquito e Sardinha. O primeiro evento é relacionado à ruptura entre a América do Norte e a América do Sul, e o segundo, entre a América do Sul e a África, cujos processos de intrusão magmática nas rochas sedimentares paleozóicas alteraram não somente as características petrográficas destas rochas, mas também modificaram as propriedades das rochas reservatório na bacia, sendo essas alterações identificadas durante etapas exploratórias. Foram coletadas amostras de rochas sedimentares em furos de sondagem e afloramentos, nas quais foram aplicados métodos de Termocronologia por Traços de Fissão em apatita e zircão, e petrografia, com o objetivo de integrar os dados de história térmica com as propriedades físicas das rochas, relacionando aos sistemas petrolíferos da região. Os resultados de Traços de Fissão em apatita e zircão indicam que o evento magmático da Formação Sardinha (Cretáceo) foi o de maior influência nesta porção da bacia. Em porções próximas as rochas magmáticas, as paleotemperaturas superaram 300 °C, condição que alterou os reservatórios. As altas temperaturas mobilizaram fluidos hidrotermais que alteraram as rochas pela dissolução de minerais e precipitação de cimento carbonático nos espaços porosos. Em porções onde a influência térmica foi atenuada, em termos de paleotemperatura máxima, as condições se tornam favoráveis para a não alteração térmica dos reservatórios.