Resumo:
Diante das modificações da relação conjugal ao longo da história, a inauguração da família, a partir da vinda do primogênito, mostra-se afetada por tais mudanças, o que pode ser comunicado através de manifestações somáticas do bebê. Ressalta-se que nesse momento do ciclo vital, a herança familiar que é transmitida pelas famílias de origem, ganha muita força. Visto a escassez de estudos referentes à sintomatologia precoce e de trabalhos que abarquem a visão de ambos os pais para esse momento da vida familiar, faz-se necessário compreender essa fase de transição. A teoria sistêmica irá fundamentar este estudo, sendo o objetivo desta dissertação compreender a relação entre conjugalidade, parentalidade e transgeracionalidade diante do sintoma psicofuncional do bebê. Realizaram-se dois artigos empíricos, a partir de pesquisa qualitativa com estudo de casos múltiplos de quatro casais heterossexuais. Questionário de Dados Sociodemográficos e Clínicos da Família e Questionário “Symptom check-list” foram respondidos para identificar critérios de inclusão no estudo. Após pelo menos um dos pais perceberem sintoma psicofuncional em seu bebê, o casal, individualmente, respondeu a uma entrevista semiestruturada, a fim de conhecer, em profundidade, os casais participantes. O segundo artigo também contou com a construção do genograma pela dupla conjugal. Observou-se que o entrelaçamento conjugal é fundamental para que o subsistema conjugal e parental sejam satisfatórios, o que se refletirá na relação pais-bebês. Ainda, a força da união do casal auxilia no rompimento do legado transgeracional, o qual é transmitido pelas famílias de origem. A partir disso, o casal consegue acolher seu primogênito de maneira funcional, ou seja, traduzindo as falhas nomeadas pelo pequeno através de seu corpo, por meio do sintoma psicofuncional. Concluindo essa dissertação, construiu-se um guia para os casais em vias de iniciar a transição para a parentalidade, a fim de contribuir com esse momento do desenvolvimento, o qual merece atenção, visto a relevância de intervenções preventivas.