Resumo:
A presente dissertação buscou mapear e caracterizar a rede de atendimento à violência conjugal no Vale do Paranhana (Rio Grande do Sul) e conhecer as práticas realizadas por psicólogos/as nesses locais. Foram realizados três estudos qualitativos. Participaram da pesquisa 10 serviços, cujo/a coordenador/a ou alguém designado por ele/a respondeu a um questionário, além de oito psicólogos/as que responderam a uma entrevista semiestruturada. Os dados foram analisados a partir da análise de conteúdo. Identificou-se que a rede de atendimento nesta região é composta por serviços jurídicos e dispositivos do Sistema Único de Assistência Social, que atuam no enfrentamento e prevenção de agravos. Psicólogos/as percebem a violência conjugal a partir de uma abordagem feminista e consideram as políticas públicas insuficientes para o atendimento da demanda. Há sobreposição de papéis e funções entre psicólogos/as e assistentes sociais. Percebe-se que a principal intervenção realizada é o encaminhamento para outros serviços e que a violência tem sido atendida sobremaneira quando em situações de crise. Propõe-se, a partir da Abordagem Bioecológica, a compreensão das inter-relações entre as práticas e o contexto. Propõem-se reflexões e ações a partir do arcabouço da Clínica Ampliada para potencializar ações em diferentes níveis de atenção.