Resumo:
Ao longo do último século, vários países do mundo têm experimentado transformações sociais, políticas, econômicas, e ambientais. Estas alterações resultam em grandes mudanças culturais, comportamentais e de hábitos de vida das populações. Os indivíduos estão conduzidos a um ambiente no qual o trabalho físico é cada vez mais extinto, resultando assim no predomínio do sedentarismo como uma característica social. A comodidade de transportes passivos, o entretenimento baseado no espectador, a diminuição de gastos energéticos através das atividades de vida diária são aspectos que vêm gerando um aumento nos fatores de risco e nas taxas de doenças crônicas não transmissíveis, caracterizando a conhecida transição epidemiológica (YUSUF et al., 2001; BRAMBLE; LIEBERMAN, 2004; ARCHER; BLAIR, 2011). O Brasil vive, nesse início de século, uma situação de saúde que combina uma transição demográfica acelerada e uma transição epidemiológica singular expressa na tripla carga de doenças: uma agenda não superada de doenças infecciosas e carenciais, uma carga importante de causas externas e uma presença fortemente hegemônica das condições crônicas (MENDES, 2012).