Resumo:
A qualidade da dieta de crianças e adolescentes tem se mostrado aquém do recomendado, exigindo novas abordagens de saúde. Assim, o papel da alimentação escolar é relevante, pois faz parte da rotina alimentar das crianças. Objetivo: Verificar associação entre consumo da alimentação escolar e ingestão de nutrientes e qualidade da dieta em escolares da cidade de São Leopoldo. Métodos: Estudo transversal com dados de crianças de 7 a 8 anos que participaram de um ensaio de campo randomizado realizado em São Leopoldo. Foram realizados dois recordatórios de 24 horas para a ingestão de nutrientes. O consumo de alimentos ultraprocessados e o Índice de Alimentação Saudável (HEI) foram avaliados a partir desse instrumento. As crianças foram questionadas quanto a origem do lanche realizado na escola: se levado de casa, comprado na cantina ou a alimentação oferecida pela escola. Resultados: Dados de 313 crianças foram analizados e observou-se que 32,6% consumiam a alimentação escolar exclusivamente. Em comparação com os demais grupos, esse que consumiu a alimentação escolar obteve maior consumo de fibras (p=0,017), menor consumo de ultraprocessados e menor percentual de energia vindo desse tipo de alimento (p<0,001). A média da pontuação do HEI foi maior (66,6) (p=0,041) e a prevalência de dieta pobre foi menor (2,0%) (p=0,027) entre os que consumiam a alimentação escolar. Conclusão: As crianças que consumiam a alimentação escolar apresentaram melhor qualidade da dieta, menor consumo de alimentos ultraprocessados e maior consumo de fibras em relação as que trouxeram o lanche de casa ou adquirido na cantina.