Resumo:
O Estudo objetiva avaliar a relação entre o posicionamento estratégico e o desempenho econômico-financeiro das operadoras de planos de saúde e avaliar o efeito moderador da integração vertical nessa relação. Para tal, foram coletadas informações, por meio de questionário, de 239 operadoras de planos de saúde médico-hospitalares brasileiras. Foram realizadas análises fatoriais confirmatórias, regressões lineares múltiplas e testes de diferença de média. Verificou-se que a estratégia de diferenciação, na sua forma pura, foi encontrada em apenas 12,55% da amostra; a de liderança em custos, em 15,15%; a híbrida em 47,18%; e 25,1% ficaram no meio-termo. Os resultados demonstraram que não existem diferenças estatisticamente significativas no desempenho econômico-financeiro das empresas que adotam liderança em custos ou diferenciação individualmente, assim como a estratégia híbrida. As empresas no meio-termo apresentaram desempenho menor do que as empresas que adotaram a estratégia híbrida e as estratégias puras de liderança em custos ou diferenciação. As empresas verticalizadas apresentaram desempenho superior às não verticalizadas, entretanto, a interação da integração vertical com as variáveis de estratégia não modera a relação de posicionamento e desempenho. Infere-se que o sucesso da estratégia híbrida seja resultado de uma alteração no padrão de competição, em relação ao contexto em que o Porter desenvolveu a sua proposição. Ao rol de pesquisas sobre estratégia, os resultados acrescentam contribuições empíricas sobre o posicionamento estratégico adotado por operadoras de planos de saúde, assim como sobre os padrões de competição delas. O estudo também amplia a literatura relativa à estratégia híbrida, ao passo na medida em que colabora com estudos que identificaram resultados positivos atrelados a ela. Com base nos resultados, gestores poderão direcionar os recursos para práticas que têm maior contribuição para atingir e sustentar a vantagem competitiva no longo prazo.