Resumen:
Muito se tem falado sobre qual é a melhor abordagem em sala de aula de língua adicional para engajar alunos bilíngues e emergentes bilíngues no aprendizado de língua adicional. Dessa forma, esta pesquisa tem por objetivo observar a ocorrência da translanguaging em sala de aula de ensino de inglês no Ensino Fundamental e no Ensino Médio. Para tanto, partimos das concepções de García e Wei (2014) e García et al. (2019), que enxergam a pedagogia translanguaging como um instrumento para alavancar o ensino de línguas, tomando como ponto de partida o papel dos repertórios linguísticos no ensino e na aprendizagem de línguas (BUSH, 2012, 2017). Esta pesquisa é um estudo qualitativo de cunho etnográfico, uma vez que considera que o ensino de língua é coconstruído entre professor e aluno. Participaram desta pesquisa 8 pessoas, sendo 6 estudantes (3 alunos do 6º ano do Ensino Fundamental e 3 alunos da 1ª série do Ensino Médio) e 2 professores das respectivas séries. Os instrumentos utilizados para a geração de dados desta dissertação foram: observações de aulas, anotações em diário e narrativas dos alunos e dos professores por meio de entrevista semiestruturada. Vale ressaltar que a geração de dados desta pesquisa ocorreu em um momento especial de pandemia (COVID-19). A análise dos dados permite tecer as seguintes considerações: do ponto de vista dos participantes e da importância do uso de L1 e L2 na mediação das aulas de línguas, encontramos traços de translanguaging nos depoimentos dos alunos, assim como a crença na primazia do falante nativo e a concepção de que, na escola regular, não se aprende inglês, porque o ensino é voltado somente para a gramática, e de que a escola de idiomas apresenta o contexto ideal de prática linguística, dado que o tempo de exposição em inglês é maior que na escola regular.