Resumen:
Diante da evolução da degradação do meio ambiente e da formação desigual e heterogênea da sociedade global, pautas relacionadas ao desenvolvimento sustentável têm recebido destaque em discussões acadêmicas e corporativas. Sendo assim, a demanda de atender as necessidades da geração atual sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atender suas próprias necessidades reforçou a urgência de mudanças na forma de como empresas fazem negócios. Portanto, o valor criado e entregue por uma empresa não deve apenas ser interessante para o cliente, mas deve também ser benéfico para o meio ambiente e para a sociedade. E neste cenário, a produção de vinhos orgânicos, naturais e biodinâmicos se mostrou um meio para a geração de valor econômico, ambiental e social, uma vez que a agricultura orgânica busca promover a saúde por meio da produção sem impactos ambientais. Diante disto, este trabalho tem por objetivo propor um conjunto de diretrizes para o incremento da sustentabilidade no modelo de negócio de vinícolas que produzem orgânicos. Para isto, foi utilizado o estudo de caso múltiplo, de caráter exploratório e abordagem qualitativa. Foi elaborado um framework teórico para explicitar os elementos centrais de um modelo de negócio orientado à sustentabilidade e foi explorado empiricamente o modelo de negócio de 8 vinícolas que produzem bebidas à base de uva orgânica. Os principais resultados da pesquisa apontaram que a maioria das vinícolas que produzem orgânicos ainda percebe a sustentabilidade como um conceito voltado somente ao aspecto ambiental, assim negligenciando o fator social. Este posicionamento promove práticas que buscam mitigar os impactos ambientais nas propriedades enquanto iniciativas para gerar valor social não são percebidas. Desta forma, para colaborar com esta necessidade, foi elaborado um conjunto de diretrizes que buscam orientar o incremento da sustentabilidade nestes modelos de negócio.