Resumen:
Durante a pandemia da Covid-19, foi possível observar um aumento significativo no número de grupos em mídias sociais, eventos e lives com o objetivo de contribuir com a formação dos professores que passavam, agora, a ter o desafio de desenvolver os processos de ensino e de aprendizagem não mais no espaço físico, geográfico da sala de aula, mas nos espaços das tecnologias digitais em rede. Nesse contexto, a pesquisa que apresento trata da internacionalização e da formação docente problematizada a partir da interação envolvendo professores e pesquisadores do Brasil e de Portugal, que ocorre em dois grupos do Facebook. Esses grupos buscam apoiar os participantes para a utilização de diferentes TD em rede em suas práticas pedagógicas. Com o objetivo de compreender como ocorre a internacionalização e a formação para a apropriação de tecnologias digitais em grupos do Facebook, formados por/para professores, esta pesquisa, de natureza qualitativa, do tipo exploratória e descritiva, desenvolve-se a partir do método de pesquisa bibliográfica e do método cartográfico de pesquisa-intervenção. Os dados produzidos e analisados, a partir do registro em caderno de notas, questionário e entrevistas, sugerem que os grupos investigados se configuraram enquanto ambientes colaborativos de troca de informações e compartilhamento de dúvidas e experiências, que emergiam das necessidades e vivências dos participantes. Num primeiro momento, vinculadas à perspectiva do uso de TD, enquanto ferramenta, apoio, recurso, sendo o professor e os estudantes usuários. Essa compreensão aos poucos foi se movendo no sentido da apropriação dessas tecnologias, enquanto tecnologias da inteligência que possibilitam que os professores e estudantes sejam também produtores, empoderando-os. No que diz respeito à internacionalização, é possível perceber, por meio das interações nos grupos a presença de práticas de cooperação internacional. No entanto, é preciso ampliar as discussões com os professores em relação à distinção entre globalização e internacionalização. Durante esse processo identificamos a potência desses grupos no sentido de contribuir para práticas de internacionalização em casa e para a apropriação de tecnologias digitais. Assim, os resultados apontam para a necessidade de se repensar os modelos de formação docente atuais, sobretudo de formação continuada, a partir de práticas que são desenvolvidas nos dois grupos, considerando as necessidades educacionais da sociedade hiperconectada.