Resumo:
O objetivo desta pesquisa foi levantar fatores de risco psicossocial, incluindo a violência relacionada ao trabalho, e danos à saúde de agentes socioeducadores atuantes no Rio Grande do Sul. Utilizou-se abordagem quantitativa, descritiva e correlacional. Os instrumentos usados foram um questionário sociodemográfico e laboral, o Protocolo de Avaliação dos Riscos Psicossociais no Trabalho (PROART) e o Questionário de Atos Negativos (QAN). Participaram 53 agentes socioeducadores. Nos resultados destaca-se que: 45,3% dos sujeitos apresentaram alto risco na divisão de tarefas (ritmos, prazos, condições na execução de tarefas) e 84,9%, alto risco na divisão social (comunicação, avaliação e participação no trabalho). Dos participantes, 49,1% apresentou risco médio para esgotamento mental e, 52,8%, risco médio para danos físicos. Predominou o estilo de gestão gerencialista (rigidez disciplinar, centralização e burocracia). O assédio moral foi a principal forma de violência encontrada (62,3%), seguida da privação de direitos relacionados ao trabalho (45,2%), da atenção sexual indesejada (18,9%) e da violência física (9,4%). Todas variáveis do PROART apresentaram correlações significativas com o assédio moral. Concluiu-se que rigidez na organização do trabalho, estilo de gestão gerencialista e assédio moral foram os principais fatores de risco psicossociais encontrados, demandando intervenções que visem à diminuição dos danos à saúde.