Resumen:
As teorias decoloniais tem ganhado cada vez mais espaço no campo da educação. A constituição de pedagogias decoloniais tem auxiliado práticas pedagógicas liber-tárias. Ao mesmo tempo também ganha força o feminismo decolonial, que nega a existência de uma mulher universal. Esse trabalho buscou contribuir para a ampliação e melhor compreensão da pedagogia feminista decolonial. Fizemos isso a partir das práticas da Marcha Mundial das Mulheres nos seus quatro campos de ação permanente: autonomia econômica das mulheres; bens comuns e serviços públicos; paz e desmilitarização; e fim da violência contra as mulheres. Também analisamos as práticas pedagógicas dentro da 5° Ação Internacional realizada em 2020. No sentido de voltar o olhar para as práticas pedagógicas e o educativo de um movimento social popular feminista de caráter transnacional, valorizamos seus textos, materiais visuais e entrevistas com as militantes. Também estivemos presente em formações feministas promovidas pela Marcha Mundial das Mulheres. Adotamos o Materialismo Histórico Dialético como método, levando em consideração as críticas feitas a ele pela economia feminista. Adotamos como técnicas a pesquisa documental devido à grande quantidade de material disponível. Formamos um grupo com mais duas militantes pesquisadoras que chamamos de Amigas Críticas que acompanharam todo o processo da pesquisa. Retomamos os conceitos do grupo de estudos Modernidade/Colonialidade e acrescentamos a análise de teóricas feministas clássicas e decoloniais. Buscamos suporte nas epistemologias e pedagogia feministas. Com esse suporte teórico e a análise do movimento, ampliamos os estudos acerca da Pedagogia Feminista Decolonial que se caracteriza por práticas educativas construídas por mulheres que consideram as experiências e práticas que foram marginalizadas pelas teorias coloniais e que balizam lutas em nível local e internacional com vistas à superação das formas de dominação, opressão e colonialidade.