Resumen:
As diferentes plataformas de economia compartilhada apropriam-se das imagens associadas ao compartilhamento na era da internet, com seus sentidos de mobilidade, rede, conectividade, entre outros, para promover novos modelos de negócio que capitalizam o acesso dos indivíduos à informação. Desse modo, este trabalho tem o objetivo de demonstrar como identificar os sentidos produzidos a partir de práticas mercadológicas nas redes digitais no âmbito da globalização do consumo, por meio das imagens publicitárias de compartilhamento que circulam na metrópole comunicacional, utilizando para análise as campanhas Bike Sampa (vinculado ao Banco Itaú), Blablacar e Armário Compartilhado. Partimos do questionamento: quais os sentidos os sentidos produzidos pelas imagens publicitárias de compartilhamento que circulam na metrópole comunicacional? Entendemos que, na era da globalização, as plataformas de economia compartilhada se beneficiam da linguagem aliada ao compartilhamento, desmaterializando as relações de posse e os limites entre o pessoal e o comercial, o público e o privado. Desse modo, este trabalho desenvolveu-se metodologicamente por meio da cartografia e o tensionamento da tecnocultura, relacionado aos aspectos como a) a circulação das imagens no ambiente digital; e b) a reconfiguração dos sentidos sob a perspectiva do compartilhamento. Nosso entendimento a respeito de tecnocultura influenciou a forma de observar a relação das imagens de compartilhamento com as novas mídias, em uma perspectiva voltada para a história e a memória. A lógica de desmaterialização dos bens físicos, ainda que timidamente, está representada nos serviços de compartilhamento analisados nas campanhas propostas em nosso corpus. Há, portanto, um reforço da ideia da nova ordem capitalista de comprar e possuir como ações do passado. Na era da economia compartilhada, as experiências de vida são mercantilizadas como formas de participação e acesso, transfigurados em estilo de vida, que são mediados pela nossa tecnocultura, criando o que propomos como tecnogestos do compartilhamento.