Resumen:
A Teoria de Agência postula que alguns problemas surgem a partir da relação entre principal e agente, originados, entre outros, pelo autointeresse ou por diferentes objetivos entre as partes. Uma das ferramentas que pode ser utilizada para minimizar esta dificuldade é a remuneração por desempenho, pois ao se atrelar a remuneração dos gestores ao mesmo, estes tendem a buscar um melhor resultado para a organização. A existência de uma família inserida nas organizações tem-se demonstrado capaz de influenciar nos valores e formas de realizar a remuneração por desempenho, interferindo em suas características. Diante deste contexto, o presente estudo teve como objetivo geral analisar a influência da inserção familiar nas características do sistema de remuneração por desempenho utilizado como controle de gestão. Para tal, se delineou uma pesquisa de caráter descritivo e quantitativo, utilizando-se o método hipotético-dedutivo. A população da pesquisa formou-se de todas as empresas listadas na BM&FBovespa no ano de 2017 e a coleta de dados ocorreu por meio da aplicação de um questionário (survey) e também pela utilização de pesquisa documental. A análise dos dados deu-se por meio de estatística descritiva e inferência estatística. As técnicas utilizadas na análise de dados foram a análise fatorial, na qual foram originados cinco fatores latentes e análise de clusters originando três diferentes clusters. Posteriormente foram testadas as hipóteses 1, 2, 3 e 4 pela utilização da correlação de Spearman, porém, não foi possível comprova-las pela inexistência de significância estatística. Adicionalmente, realizou-se a separação da amostra em dois grupos, familiar e não familiar, sendo possível identificar diferenças estatisticamente significantes entre os grupos para os fatores “comprometimento de longo prazo” e “motivação intrínseca”. Os resultados sugerem que o controle familiar interfere em algumas características da remuneração por desempenho.