Resumen:
A geração de resíduos pelo setor agrícola impulsionada pelo aumento da população
tem sido um desafio no que se refere ao seu gerenciamento, visto a grande quantidade
de biorresíduos produzidos, podendo chegar a 40 % somente no ramo da fruticultura.
A casca de banana, resíduo do consumo da banana, é composta basicamente pelas
estruturas lignocelulósicas encontradas na maioria das biomassas agrícolas: celulose,
hemicelulose, ligninas, extrativos e outros elementos como o K, encontrado em grande
quantidade na fruta e um dos macronutrientes necessários à fertilidade do solo. A
conversão da casca de banana por meio da pirólise lenta pode formar estruturas mais
estáveis e que quando incorporadas ao solo podem promover uma melhora na sua
qualidade e possível aumento nos rendimentos das lavouras. Nesse sentido, este
trabalho procurou avaliar as características do biocarvão formado a partir da pirólise
da casca de banana em dois perfis de aquecimento na temperatura de pirólise de 370
°C em taxas de aquecimento de 11 °C/min e 35 °C/min determinados com o auxílio
de um modelo computacional para uma potencial aplicação em solos agrícolas. Os
biocarvões produzidos foram caracterizados de modo a se determinar o potencial
hidrogeniônico (pH), condutividade elétrica, capacidade de troca catiônica (CTC),
morfologia, área superficial, razões atômicas C/N, H/C e O/C. Os resultados
mostraram uma estrutura altamente alcalina, com o valor de pH de em média 12,60;
assim como um CTC de 511 mmol/kg que sugere um bom potencial para aplicação
como condicionador de solos. Foi possível concluir que, o aumento de temperatura
até as faixas de aquecimento dos perfis das pirólises realizadas formou um biocarvão
estável considerando-se suas razões atômicas mais baixas, ao ponto que foi possível
observar um aumento de sua área superficial e quantidade de poros em sua estrutura.