Resumo:
Vygotsky foi defensor de que a colaboração e a interação entre os pares são fatores essenciais para o aprendizado dos indivíduos. De fato, esta perspectiva que tirava do indivíduo, de sua competência e maturidade biológica a razão para a eficiência do aprendizado, ganhou, com o passar dos anos, novos adeptos e perspectivas. Percebeu-se, por fim, que as condições, os contextos de aprendizagem, bem como as realidades e conhecimentos prévios não deveriam estar desvinculados dos contextos e propostas de salas de aula, seja de língua materna ou estrangeira. Do mesmo modo, percebeu-se que estas mesmas condições e as perturbações ali presentes são facilitadoras de processos de desenvolvimento. Assim sendo, estudos posteriores (LANTOLF, 2000; DONATO, 2000, SWAIN, 2000) auxiliaram no entendimento de que a teoria sociocultural, a partir da interação e colaboração pode ser de grande valia para os processos de aprendizado de língua estrangeira. Neste estudo, também nos apoiaremos nos trabalhos de Otten (2014), bem como no estudo de Ferreira (2011), para efetuarmos uma análise da coleção Español entre todos, da editora Oxford, a fim de observarmos como a escrita se apresenta no referido material e quais considerações, a partir desta análise, levam-nos a aproximar ou distanciar os quatro volumes dos princípios da teoria sociocultural. Ademais, levando em consideração as propostas de letramentos, bem como as perspectivas para os trabalhos efetivos com gêneros, propomo-nos a sugerir e exemplificar tarefas colaborativas, a fim de expandir as propostas apresentadas pelo material em questão.