Resumen:
Espécies não apresentam distribuições similares e uniformes ao longo de gradientes
ambientais, em função de restrições bióticas e abióticas. Porém, os efeitos de muitos
gradientes ambientais sobre a estrutura de comunidades animais ainda permanecem
desconhecidos. Macroinvertebrados aquáticos são importantes representantes de ecossistemas de áreas úmidas, e suas comunidades são influenciadas pelo período de duração da água e por processos locais, regionais e espaciais. Neste sentido, o objetivo geral da tese foi analisar a diversidade beta e avaliar a influência de gradientes espaciais sobre as estruturas taxonômica e funcional de comunidades de macroinvertebrados aquáticos em áreas úmidas costeiras do Sul do Brasil nos biomas Mata Atlântica e Pampa. Em relação a diversidade beta, as comunidades de macroinvertebrados foram estudadas em 24 lagoas na Planície Costeira dos estados nos estados de SC e RS, distribuídas ao longo de um gradiente latitudinal. Avaliamos
a influência de fatores locais (qualidade da água e estrutura do habitat) e fatores regionais (clima) sobre a diversidade beta de comunidades de macroinvertebrados. Nosso estudo demonstrou que as diferenças na composição de espécies entre áreas úmidas são mais fortemente influenciadas pelas diferenças ambientais do que pela distância geográfica entre as áreas úmidas.Tratando-se da análise taxonômica e funcional de macroinvertebrados aquáticos, as comunidades foram estudadas em 12 lagoas distribuídas ao longo de um gradiente latitudinal na Planície Costeira dos estados de SC e RS, entre os biomas Pampa e sul da Mata Atlântica, em dois anos (2015 e 2016). Em relação as análises taxonômicas, nosso estudo demonstrou que as diferenças na composição de espécies entre áreas úmidas são influenciadas tanto pelas variáveis ambientais locais quanto pelas regionais e espaciais. Para a categorização funcional os gêneros foram classificados quanto aos traços de voltinismo, dispersão, hábitos, grupos tróficos e tamanho máximo corporal. Avaliou-se também os efeitos relativos do ambiente, do clima e do bioma sobre a estrutura funcional da comunidade. Nosso estudo demonstrou que as diferenças na estruturação funcional de espécies entre áreas úmidas
são influenciadas tanto pelas variáveis ambientais locais quanto pelas regionais e espaciais. Esses resultados contribuem para a ecologia de áreas úmidas e para uma melhor compreensão das interações entre áreas úmidas e macroinvertebrados aquáticos.