Resumo:
Este trabalho busca analisar elementos da reflexão filosófica e teórica do pensamento politico do século XVI, especialmente em relação aos problemas suscitados pela chegada dos Europeus na América. O pensamento politico Europeu na época passava por um período de grande agitação em que o racionalismo humanista se entrelaçava com as correntes medievais. Exemplo dessas correntes, a escolástica espanhola, que foi o fundamento da escola ibérica da paz fundada por Francisco de Vitória, é onde a reflexão provocada pela América se mostrou mais frutífera. A escravidão, a autonomia dos povos, os direitos de colonização etc. são exemplos dos problemas discutidos. Desta forma busca-se entender como este pensamento ibérico em consonância com o espirito do humanismo ensejou uam critica ao modelo de colonização implementado. De modo que, a critica ao modelo de colonização implementada pela empresa mercantilista, especialmente ibérica, pode ser criticado tanto pela escolástica ibérica, como pelo humanismo. Com o Objetivo de refletir sobre o pensamento político do século XVI e entender aspectos desta relação entre o humanismo e o pensamento escolástico ibérico sobre a colonização na América busca-se analisar um caso da recepção da obra Utopia do humanista inglês Thomas More. Assim, toma-se como exemplo a obra e ação do bispo e magistrado espanhol Vasco de Quiroga que trabalhou com os nativos na Nova Espanha de 1531 a 1565. Quiroga foi influenciado pelo humanismo e de forma especial pela obra Utopia de Thomas More. A partir desta obra ele cria os pueblos-hospitales que servia como comunidade de acolhida, formação e desenvolvimento econômico e social dos povos nativos. A ideia é de que os Pueblos-Hospitales como influencia direta da Utopia tem como fundamento teórico a critica que a filosofia ibérica desenvolvia à colonização na América.