Resumo:
Essa pesquisa objetivou a avaliação de quatro dos mecanismos de autocicatrização do concreto: pelo consumo de cimento, pela utilização de pozolanas, pelo uso de soluções químicas e pelo uso de soluções bacterianas. Analisou-se as condições de cura submersa e úmida e três condições de exposição: a referência, com inserção em câmara de carbonatação e com exposição em névoa salina. Os traços foram caracterizados pela resistência à compressão e índices físicos. A eficiência da cicatrização foi avaliada através do microscópio de alta precisão, do tipo estéreo zoom. Ainda, foram realizados os ensaios de microscopia eletrônica de varredura (MEV) somada à EDS e difração de raios-X. Foram realizados estudos pilotos que permitiram traçar a curva de crescimento da bactéria B subtilis e que mostraram a superioridade da perlita expandida em relação à argila expandida como agregado para encapsulamento, além da análise comparativa de diferentes concentrações de soluções bacterianas. Percebeu-se nas amostras nas quais avaliouse o consumo de cimento que a exposição à carbonatação pode ter afetado negativamente a formação de produtos de cicatrização. A formação de produtos percebida aponta para C-S-H, C-A-S-H e CaCO3. Nas amostras pozolânicas, notouse uma cicatrização média de até 0,53mm para cicatrização do tipo contínua e 0,45mm para pontual. Foram identificados na ténica de DRX os mesmos elementos citados, além de produtos que compõem as pozolanas, como SiO2. Nas amostras com solução química houve formação de produto sobressalente a espessura da fissura. Dentre os produtos identificados, há C-S-H, CaCO3, SiO2 e CaO. Avaliando-se as amostras contendo soluções bacterianas, atingiu-se uma cicatrização contínua de 1,67mm máxima e média máxima de 1,48mm. Ao analisar as possibilidades de cura submersa e úmida, houve equilíbrio entre o número de ocorrências. A presença de CO2 e Cl- não afetou a formação da cicatrização. Em termos de identificação dos produtos formados, contou-se com a calcita e o C-S-H.