Resumen:
Atualmente, estruturas organizacionais, como empresas privadas, universidades e setor público, buscam inovação e tecnologia em seus processos, para se tornarem mais competitivas perante o mercado. Tais estruturas são reconhecidas como Ecossistemas de Inovação e caracterizam-se por atividades inovadoras que dependem de acordos de colaboração entre empresas e instituições locais, envolvendo universidades, institutos de pesquisa, centros de transferência de tecnologia, entre outros (AUTIO; THOMAS, 2014). Nesse contexto, as universidades passam a figurar como um grande influenciador e facilitador do processo de criação e desenvolvimento de Ecossistemas de Inovação (FOSS; GIBSON, 2015). Para fins de delimitação, a presente dissertação se ampara no entendimento de ecossistema como afiliação (ADNER, 2017). Assim, uma universidade pode servir como uma organizadora de ecossistemas, aplicando seu capital intelectual, de reputação e financeiro, estrategicamente, para estabelecer e manter um ecossistema robusto. Para tanto, requerem-se capacidades dinâmicas e é justamente nesse sentido que as elas fornecem uma estrutura útil para pensar sobre ecossistemas. As capacidades dinâmicas, ou CDs, referem-se às capacidades de uma empresa de integrar, construir e reconfigurar recursos/competências internas e externas para inovar em ambientes em rápida mudança (TEECE; PISANO; SHUEN, 1997; TEECE, 2007). Em outras palavras, a partir da recombinação das capacidades atuais e de seus recursos disponíveis, principalmente o de conhecimento, (enquanto recurso intangível), uma possível vantagem competitiva é obtida. O conceito de Capacidades Dinâmicas Baseadas em Conhecimento (CDBC) emerge dessa perspectiva da CD. Nesse sentido, vale ressaltar que é essencial usar as dimensões de Zheng, Zhang e Du (2011) para compreender a influência dos microfundamentos das CDBC ao longo do desenvolvimento de um ecossistema de inovação. Assim, a presente dissertação foca em analisar os microfundamentos das capacidades de dinâmicas baseadas em conhecimento para o desenvolvimento do ecossistema de inovação em uma universidade. Essa pesquisa empírica empregou uma abordagem de estudo de caso, de cunho qualitativo, a partir de entrevistas e transcrição dos dados. O estudo endereça quatro principais contribuições, que são: (1) evidências empíricas que mostram a existência de determinados microfundamentos durante as fases da universidade; (2) microfundamentos relacionados às diferentes capacidades dinâmicas baseadas em conhecimento; (3) evidências empíricas que mostram a influência na criação do ecossistema em relação às diferentes capacidades dinâmicas baseadas em conhecimento; e (4) como capacidades dinâmicas impactam na criação de um ecossistema. Os resultados obtidos intencionam fomentar novas pesquisas e discussão sobre diferentes formas de analisar os microfundamentos da CDBC para a criação de um ecossistema em uma universidade.