Resumen:
O presente trabalho teve como foco de pesquisa o projeto lançado pelo governo do Império do Brasil em 1870, com a finalidade de importar mão de obra chinesa, estando em vigor até 1883, quando se deu o seu abandono. O objetivo central consistiu em analisar as representações forjadas pelas elites brasileiras acerca do chinês, a partir das discussões e materiais produzidos em torno das questões que se abriram sobre a Para a análise do objeto proposto, considerou-se operacional o conceito de“representações”, segundo a definição elaborada por Roger Chartier, tendo em vista que propõe identificar como que a realidade social é construída a partir de um determinado grupo social. A guisa de conclusão, verificou-se que as elites brasileirasvisavam inserir os chineses no país como instrumentos de trabalho, sob um regime de servidão contratual que estipulava módica remuneração e tempo de serviço, de modo a lhes impossibilitar que pudessem se tornar cidadãos, amparando-se para tanto, em teorias raciais que postulavam a sua inferioridade e portanto, um elemento indesejado para a constituição do povo nacional. As principais fontes utilizadas foram:o “Decreto n° 4547” de 1870, que deu início ao projeto de importação de mão de obra chinesa; “Demonstração das Conveniências e Vantagens à Lavoura no Brasil pela Introdução de Asiáticos (da China)”, publicada em 1877 pela Sociedade Importadora de Trabalhadores Asiáticos, companhia criada com tal finalidade; o “Congresso Agrícola”, realizado no Rio de Janeiro em 1878; os “Anais” do Parlamento, sobretudo do ano de 1879; e documentos produzidos pela Sociedade Antiescravidão, entidade britânica.