Resumen:
A presente dissertação tem como tema central a circulação de conhecimentos e espécies, em especial, de plantas, entre a Espanha e suas colônias americanas durante os séculos XVIII e XIX. Através das obras e dos diários do botânico Hipólito Ruiz Lopez, que liderou a Real Expedición al Virreinato del Perú y Chile (1777-1788), procuramos identificar e avaliar em que medida o Real Jardín, enquanto instituição a serviço do Estado espanhol, exerceu influências na produção científica do botânico-viajante. Para tal, consideramos a natureza do relato de Ruiz como transpassada por uma série de condicionantes, entre eles, a subjetividade e a singularidade da forma como apreendeu essa experiência e, ainda, a consciência que o autor teve das expectativas que a Coroa espanhola alimentou em relação à sua produção intelectual. Assim sendo, através do discurso contido no diário e nas obras do botânico, buscamos analisar de que maneira a ciência espanhola esteve vinculada a um projeto de exploração de suas colônias pautado por uma visão utilitarista da natureza durante a segunda metade do século XVIII e princípios do XIX.