Resumo:
Este trabalho busca contribuir para a história da Companhia de Jesus no Brasil, levando em destaque a repercussão dos documentos magistrais sobre a questão social, no interior da Ordem Jesuítica entre os anos de 1960 a 1982. Nossa análise refere-se à ação social que os jesuítas irão desenvolver no Brasil depois da realização do Concílio Vaticano II, após as XXXI e XXXII Congregações Gerais da Ordem Jesuítica e da eleição do Geral Pedro Arrupe. Nosso objetivo é analisar como os jesuítas reagiram diante os documentos magistrais da Igreja sobre o apostolado social e como estes documentos influenciaram a mudança na postura dos jesuítas. Para tal intento, será necessário verificar a postura que o Geral Pedro Arrupe assumirá para conduzir a Companhia diante deste tema, tendo como base a sua carta aos jesuítas latino-americanos, intitulada: Análise Marxista. Neste estudo, usaremos como fonte os documentos da própria Companhia de Jesus – seus decretos e Atas das Congregações Gerais –, documentos pontifícios sobre a questão social da Igreja Católica, artigos e comunicações de revistas eclesiásticas no Brasil – como a revista jesuítica Perspectiva Teológica e a revista franciscana Revista Eclesiástica Brasileira (REB) – e, por fim, levantamentos históricos e bibliográficos sobre a ação da Igreja Católica no Brasil do século XX e sobre a questão política do Brasil nos anos analisados. Com isso verificamos uma alteração no discurso da Igreja Católica ao longo do século XX sobre a questão social, a qual possibilitou uma aproximação do catolicismo com algumas filosofias modernas, como o marxismo. Isto gerou uma mudança pastoral no interior de toda a Igreja Católica, nos movimentos católicos do Brasil e nas ordens religiosas, como os jesuítas.