Resumo:
A busca por maior eficiência no tratamento dos efluentes permite criar alternativas para a recuperação dos recursos hídricos, contudo os sistemas utilizados no Brasil tais como reatores anaeróbios e lodos ativados não permitem destinação final. Os resíduos de lodos ativados mantem grande quantidade de matéria orgânica ainda passiva de digestão, este substrato pode alimentar os reatores anaeróbios, favorecendo a redução dos poluentes, gerando alternativa para produção de biogás. Este trabalho busca avaliar o potencial de geração de biogás do resíduo de lodo de um reator de lodos ativados tratando esgoto sanitário. A metodologia utilizada busca comparar o desempenho do reator com a utilização do lodo da estação de tratamento (ETE) de esgoto da Unisinos como inóculo, combinado com resíduo de lodo ativado da ETE São João Navegantes, foram adotadas 3 relações de volume Inóculo/Substrato diferentes, (I/S 1:1, 2:1 e 3:1) equalizadas diretamente pela massa de sólidos voláteis totais (SVT). O estudo verificou a melhor relação para produção com a mais alta taxa de metano no biogás. A temperatura utilizada foi mesofílica de 35°C. Foram monitorados os volumes produzidos, tempo de retenção de sólidos, remoção dos SVT, pH, alcalinidade e ácidos graxos voláteis (AGV). O processo da digestão se manteve estável, desempenhando logo nas primeiras horas, os ensaios levaram entre 216h e 312h, com manutenção do pH em faixa metanogênica. O biogás gerado apresentou taxa de metano com mais de 70%, chegando a 69,72mL/mg.SVT na primeira relação (I/S 1:1) 128,96 mL/mg.SVT na segunda (I/S 2:1) e 130,52 mL.CH4/mg.SVT na terceira (I/S 3:1). A relação encontrada com melhor desempenho foi a 3:1 permitindo a maior produção de CH4 para cada mg de SVT ingerida no reator, para efeito comparativo pode-se estimar a capacidade de geração em 130,52m³/t.lodo. Nenhuma das relações apresentou característica fitotóxica para sementes em ensaio de germinação.