Resumen:
O presente estudo faz um reencontro com a pedagogia latino-americana, ao anunciar e visibilizar a experiência da poetisa e professora Salomé Ureña de Henríquez (1850-1897). A Maestra nasceu na cidade de São Domingo, capital da República Dominicana. Além de poetisa e professora, ela esteve presente nas sociedades Amigos del País - onde ela recebeu, em 1878, a medalha que a nomeava como poeta nacional do país. A poetisa cresceu e vivenciou um tempo de conflitos e guerras internas, momento em que seu país buscava a independência de estadunidenses e espanhóis. Assim, Salomé Ureña, em seus escritos, anuncia e denuncia os conflitos internos de sua pátria e seu anseio de um mundo melhor em seu país. Dessa forma, a partir da obra poética Poesías Completas, o estudo analisou e identificou as contribuições de Salomé Ureña de Henríquez para a educação latino-americana. Como objetivos específicos, o estudo buscou problematizar e analisar as possibilidades de (des)colonialidade de ser, de saber e de poder na vida e na obra poética da autora, sobretudo no poema épico Anacaona, para identificar a contribuição da poetisa para a educação latino-americana. A pesquisa é de cunho bibliográfico, sendo utilizada a análise de conteúdo (BARDIN, 1977; MINAYO, 1994) e a análise literária (STAIGER, 1969; SALVATORE D’ONÓFRIO, 1990) na discussão da dissertação. Como resultados foi possível identificar que a obra poética da dominicana estão centradas na luta pela justiça social, principalmente, na busca pelo direito à educação de mulheres dominicanas; na tentativa do distanciamento de condições domésticas e de devoção impostas às meninas e mulheres daquele tempo; na busca pela libertação de um povo oprimido que sofreu com a invasão em suas terras dos norte-americanos e dos espanhóis; a importância do poder da palavra em seus escritos para a libertação do povo dominicano; e na visibilidade de mulheres escritoras do épico, que são identificadas genuinamente como gênero masculino, Salomé Ureña faz uma quebra desse paradigma, escrevendo o épico Anacaona.