Resumo:
Esta dissertação teve como objetivo analisar a relação entre a participação de acionistas estrangeiros na estrutura de propriedade das firmas listadas no mercado de capitais brasileiro e a constituição voluntária do comitê de auditoria. Uma regressão logística foi empregada a fim de analisar se os acionistas estrangeiros impactam na probabilidade de existir comitê de auditoria voluntariamente constituído. Os resultados indicaram que quanto maior a participação de acionistas estrangeiros, maior a probabilidade de existir comitê de auditoria voluntariamente constituído e que essa probabilidade aumenta à taxas crescentes. Em outras palavras, a relação é positiva e não linear e a hipótese da pesquisa é suportada. Adicionalmente, outros fatores apontados pela literatura também foram significativos como explicativos da constituição voluntária do comitê de auditoria. Dentre as variáveis qualitativas, ser auditada por uma firma de auditoria classificada como uma das firmas big four aumenta consideravelmente a probabilidade da constituição do comitê de auditoria, enquanto que acumular as funções do CEO e do chairman reduz significativamente essa probabilidade. Em suma, além da influência de acionistas estrangeiros, há maior probabilidade de constituição voluntária do comitê de auditoria em firmas: 1) Maiores; 2) Com conselhos de administração com percentual de membros independentes maior; 3) Com conselhos de administração maiores em número de membros; 4) Auditadas por firmas big four; e 5) Listadas em algum dos segmentos especiais de governança da B3. Por outro lado, há menor probabilidade de constituição do comitê de auditoria em firmas: 1) Com maior percentual de ações de posse de membros da administração; 2) Mais endividadas; 3) Que acumulam as funções de CEO e presidente do conselho de administração (chairman) na mesma pessoa; e 4) Que possuem maior concentração de propriedade.