Resumo:
Esse trabalho explora a crítica à governamentalidade e à biopolítica a partir dos direitos dos governados em Michel Foucault. A pesquisa apresenta, em um primeiro momento, a genealogia do governo na nossa sociedade desde sua emergência com o poder pastoral, passando pelo nascimento da razão de Estado, pelas primeiras formas de liberalismo e do neoliberalismo. Essas distintas práticas de governo acabam por contextualizar múltiplas experiências pelas quais o problema de gestão da vida torna-se uma categoria fundamental para uma ilustração de estratégias que vão, desde o governo das condutas, até o gerenciamento da população cujo ápice será a emergência da biopolítica como paradigma de governo da vida. O segundo momento da pesquisa é dedicado a pensar os desdobramentos dessa plataforma de governança a partir do gerenciamento das crises e das suas grades de inteligibilidade cuja experiência consitui as modulações dos processos de subjetivação responsáveis por fazer do neoliberalismo o grande programa de gestão na nossa contemporaneidade. O terceiro momento da pesquisa é dedicado a compreender os elementos das insurreições dos governados como uma estratégia de produção de outros modos de subjetivação contrários ao ethos da biopolítica e seus dispositivos de controle da vida. Trata-se, no caso de perceber como os direitos dos governados constituem-se como modos de veridicção, pelos quais os governados promovem as suas estratégias de resistências frente aos acossamentos dos dispositivos. Nossas considerações finais são dedicas a compreender como os elementos dos direitos dos governados implicam na produção de práticas de liberdades voltadas para o nosso tempo presente.