Abstract:
O tema central desta tese é o significado sob uma perspectiva naturalista. Para tanto, levantaremos os pilares principais da teoria biosemântica de Millikan, a saber: as ideias de teleologia, intencionalidade e função normal de projeção como representação, já que a filósofa, no âmbito da filosofia da mente, une teleologia e semântica. O cerne da sua teoria dos signos é a intencionalidade naturalizada (LTOBC, WQPA, VM). O seu eixo principal é a função própria, uma versão teórica da noção prática de propósito, ideia advinda da biologia. A teoria biosemântica de Millikan se concentra no escopo da teleosemântica que busca explicar como as representações são usadas na comunicação. Ademais, ela toma o conceito de substância para estipular como podemos rastrear conteúdos ligados a signos semânticos, na medida em que, em sua concepção, a constituição do significado naturalista não é uma mera aplicação de regras, porém depende de uma relação externalista com objetos. A abordagem de Millikan é viável porque, mediante uma concepção biologicista, é pautada em dados empíricos. Ela explica como categorias biológicas, psicológicas e linguísticas são significativas e, por vezes, podem resultar em erros e/ou falharem. Faremos, ao longo da tese, uma exposição das origens dos conceitos de função biológica, intencionalidade mental e signo, vinculando a perspectiva de Millikan com a de autores como Dretske, Brentano e
Peirce.