Resumen:
Esta tese se dedica a uma análise das manifestações de crítica ao jornalismo brasileiro realizadas em rede. A pesquisa parte da identificação de diferentes dispositivos críticos engendrados pela sociedade para em seguida entender as estratégias mobilizadas pelos atores sociais para questionar as construções de realidade oriundas do jornalismo. Os dispositivos foram mapeados a partir do estudo de cinco casos de grande repercussão na imprensa brasileira nos quais o jornalismo foi fortemente criticado pelos participantes em rede. Mapeados os dispositivos, passamos a uma análise das dinâmicas que se dão no interior de cada um deles para, por fim, perceber os pontos de contato existentes entre os dispositivos críticos. Nossa base teórica parte da busca por entender essa nova esfera pública conectada e as dinâmicas realizadas pela sociedade em rede. Em seguida analisamos as manifestações que se dão nessa ambiência no aprofundamento no entendimento do que são dispositivos, para então, discutir crítica e dispositivos de crítica. Conclui-se no estudo que a crítica das práticas jornalísticas é uma construção social, que se vale de aportes de pelo menos cinco dispositivos principais socialmente elaborados. Chamamos esses cinco dispositivos de comentário social crítico, crítica polêmico-profissional eventual, crítica acadêmica, crítica profissional e o ombudsman. As críticas construídas em cada dispositivo são estrategicamente circuladas por outros dispositivos, em um fluxo crítico constante e sistêmico que gera trocas entre participantes distintos. O resultado dessas articulações passamos a entender como a construção social da crítica das práticas jornalísticas.