Resumo:
Este trabalho tem como objetivo geral, baseado na literatura que trata da competitividade internacional, observar o comportamento da competitividade das exportações setoriais brasileiras após a crise de 2008, classificadas por intensidade tecnológica, e comparar os resultados com os da América Latina, para avaliar o posicionamento do Brasil, tendo como base a literatura que trata da competitividade internacional. Para isso, dividiu-se a análise em dois períodos: 2002-2008 e 2011-2016. Especificamente para a divisão setorial, utilizou-se a taxonomia de Pavitt. Com a aplicação do modelo de Constant-Market-Share foi possível obter o resultado quantificado em quatro efeitos: Efeito Comércio Mundial; Efeito Composição de Pauta; Efeito Distribuição de Mercados e Efeito Competitividade. Verificou-se que a principal fonte de crescimento das exportações brasileiras e dos países latino-americanos foi o crescimento da demanda internacional. Também foi possível verificar que as exportações brasileiras podem estar sofrendo com a "reprimarização" da pauta, pois ainda existe uma grande dependência da exportação de commodities. O que demonstra que a hipótese inicial é parcialmente correta, pois houve perda de competitividade em setores mais dinâmicos, mas, por outro lado, houve ganho de competitividade nos setores de baixo valor agregado.