Abstract:
Dada relevância e atenção que os destinos turísticos têm despertado nas pesquisas recentes e levando em consideração as possibilidades de que um território ou lugar tem para alavancar o turismo a partir dos seus recursos, o presente estudo tem como objetivo identificar como a dimensão geográfica e o modo de produção de um destino turístico contribuem para seu desenvolvimento. O estudo baseou-se no modelo integrativo de destinos (PEARCE, 2014), a partir de uma abordagem exploratória e descritiva, de um método de análise qualitativo, baseado em um estudo de caso único. A coleta de dados secundários deu-se por meio da análise documental e os dados primários foram obtidos partir de entrevistas individuais, com a utilização de roteiros de entrevista semiestruturado. A análise dos dados deu-se a partir da análise de conteúdos e a unidade de análise baseou-se no Circuito das Araucárias, formado pelas cidades de Campo Alegre, Corupá, Rio Negrinho e São Bento do Sul, norte de Santa Catarina. As evidências apontaram para elementos identificados no destino, que foram analisados e aproximados às dimensões geográfica e modo de produção. Na sequência fez-se quatro relações entre os elementos. Como resultados da análise, a relação R1 se dá a partir do aproveitamento dos recursos naturais, culturais e atrativos existentes e a presença de uma estrutura organizacional. Já a relação R2 é caracterizada pela ligação entre os atores locais, o aprimoramento de processos e do trade turístico, o grupo gestor e a cultura comunitária. A Relação R3 é identificada no Circuito das Araucárias e trata da ligação entre delimitação de fronteiras, o grupo gestor, poder público e a cultura comunitária. E a relação R4 é evidenciada pela realização de eventos para promover o produto turístico e com o auxílio mútuo de todas as prefeituras e gestores, pelo trabalho conjunto entre as secretarias de turismo, de forma integrada e regional. A partir dessas relações pode-se afirmar que, para um destino turístico tornar-se reconhecido é necessário muito mais que belos atrativos naturais. É necessária uma forte relação entre elementos geográficos e organizacionais, ou seja, pessoas e que estas estejam articuladas e engajadas, que aproveitem os recursos existentes no território, que criem um produto turístico atrativos e que tenham como maior objetivo o sucesso sistêmico de todos os envolvidos no destino turístico.