Resumo:
A China percorreu em quatro décadas a transição de uma economia agrária para industrial e de serviços em um processo liderado pelo Estado mesmo com a política de reforma e abertura iniciada em 1978. O país optou pelo experimentalismo e o gradualismo como guias para as reformas estruturais que significaram também a criação e a adaptação de suas instituições, muitas adotadas em caráter transitório. Em quatro décadas, cresceu a importância da China no cenário global, seja por meio de suas exportações, dos investimentos estrangeiros que recebe e provê a outros países, dos organismos multilaterais de financiamento que criou ou pelo crescente mercado interno, cada vez mais urbano. Tal processo é objeto de amplo debate. O presente trabalho contribui para esta discussão ao resgatar a historiografia econômica da China a partir da chegada do Partido Comunista ao poder e ao expor os instrumentos utilizados pelo Estado na condução do crescimento e do desenvolvimento econômico e culmina com a apresentação das principais interpretações, além de a da própria autora, sobre este fenômeno sob a ótica do papel do Estado e da inserção na economia global.