Abstract:
A presente dissertação torna públicos os resultados de uma pesquisa-ação sobre comunicação interna como estratégia de gestão educacional realizada com empregados de uma escola particular confessional católica de Educação Básica de Belo Horizonte. O estudo também apresenta uma proposta de processo de comunicação interna construída a partir da participação dos sujeitos da pesquisa e sugerida como projeto de intervenção à Diretoria da unidade educativa escolhida como campo empírico. A motivação deste trabalho nasce do desafio de mobilizar pessoas em torno de um objetivo comum: melhorar a qualidade da educação para transformar a sociedade. Parte da certeza de que professores e profissionais não docentes são o público essencial para a qualificação dos processos educativos e para a entrega da promessa de formação integral dos estudantes, assumida pela escola como um de seus objetivos institucionais. Traz como propostas uma reflexão sobre a importância da comunicação interna para realização da missão de uma instituição de ensino, o diagnóstico da situação da comunicação interna para o grupo social pesquisado e a identificação de pontos passíveis de melhoria, que vão desde o estabelecimento e a explicitação de políticas institucionais até o emprego de determinadas expressões no conteúdo do e-mail corporativo. Identifica a limitação de pesquisas acadêmicas relacionadas à comunicação interna nas escolas de Educação Básica. Baseia-se num estudo qualitativo e quantitativo realizado por meio de entrevistas semiestruturadas direcionadas a um grupo de profissionais de todas as áreas e níveis hierárquicos e de questionário eletrônico aplicado à totalidade dos empregados para construção, a partir de “mapas da empatia” e “quadros de proposição de valor”, de uma proposta de intervenção que ajude a explicitar e consolidar o processo de comunicação interna como estratégia de gestão. Como conclusão, observa-se que os problemas de comunicação interna no grupo pesquisado são menos técnicos e que estão mais intimamente ligados ao modelo de gestão e estilos de lideranças. A descentralização da autoridade e a passagem de um modo de ação individual para o de ação coletiva são condições imprescindíveis para a construção de uma concepção de gestão educacional, de fato inovadora, que supere o enfoque meramente administrativo. O resultado ressalta a centralidade do elemento humano na construção da organização da escola e da educação, apontando a comunicação interna como estratégia de gestão no contexto dos sistemas educacionais e das escolas.