Resumen:
Este trabalho aborda o tema do cativeiro a partir dos casos de aprisionamento de indígenas e hispano-criollos ocorridos nos territórios ao sul de Buenos Aires ao longo do século XVIII. Ainda que a tomada de cativos entre as parcialidades aborígenes pudesse existir antes mesmo da chegada dos espanhóis, foram estes últimos os que mais fizeram prisioneiros. Assim, inserindo estas capturas no contexto do avanço colonial, procuramos examinar os motivos e os argumentos utilizados pelos espanhóis para justificar tais prisões, bem como investigamos os destinos aos quais as populações autóctones eram encaminhadas. Junto a isso, tentamos nos aproximar de uma perspectiva que explique o papel do rapto e do cativeiro para as sociedades nativas que aqui estudamos. Em relação ao que era praticado pelos índios, propomos isolar o rapto do cativeiro, e abordamos cada questão a partir de suas próprias especificidades. Para os hispânicos, a apreensão de prisioneiros indígenas tinha objetivos oficiais voltados à conversão, segurança e aquisição de novas terras; entre os indígenas, o rapto complementaria práticas econômicas familiares. Enquanto para os primeiros o cativeiro em si vinha a ser uma consequência decorrente dos ataques realizados contra os nativos, para estes, o cativeiro era a própria finalidade da apreensão.