Resumo:
Ao longo dos anos as empresas industriais foram desenvolvendo atividades cada vez mais complexas, tornando necessárias mais informações de qualidade para fins de gestão. A contabilidade de gestão e seus artefatos foram se aprimorando de forma a lidar com as dificuldades impostas por esse ambiente empresarial, buscando novas formas de atender à crescente necessidade de informações de forma a suportar o processo de tomada de decisão. Nesse contexto, o objetivo deste estudo é analisar a adoção dos Artefatos da Contabilidade de Gestão (ACG) por empresas de pequeno porte do Rio Grande do Sul do segmento industrial. Com a finalidade de construir o instrumento de pesquisa com base nos ACG mais pesquisados em estudos anteriores, os ACG foram investigados em 26 publicações nacionais. Para realização deste estudo, aplicou-se uma survey aos gestores de pequenas empresas industriais do Rio Grande do Sul, se obtendo um retorno de 155 respondentes. Os principais achados evidenciam que as pequenas empresas analisadas tendem a adotar mais os métodos de custeio por absorção, ABC e variável, enquanto que o BSC e o EVA foram os menos adotados, sendo que a escassez de recursos financeiros para a implantação e manutenção dos ACG foi a principal dificuldade identificada. Por meio da regressão múltipla foi identificado que o custeio variável e o EVA apresentaram evidência significativa de relação positiva com a percepção de desempenho. Enquanto que o custo meta apresentou evidência significativa de relação negativa, no entanto, deve ser avaliado com cautela visto que a literatura aponta que todos os artefatos tendem a aumentar o desempenho, em virtude de fornecer mais informações para tomada de decisão, melhorando os controles das empresas.