Resumen:
A avaliação da estrutura de capital das instituições financeiras é de fundamental importância para manter a estabilidade do mercado financeiro. Sua relevância tem origem no importante papel de sustentar a capacidade destas organizações em absorver perdas em função dos riscos assumidos pelo negócio. A partir disso, este trabalho tem por objetivo avaliar se os fatores determinantes da estrutura de capital de bancos comerciais e múltiplosbrasileiros impactam da mesma forma na proporção de capital de terceiros das entidades cooperativas nacionais. Foram avaliados fatores como tamanho, lucratividade, oportunidade de crescimento, tangibilidade, volatilidade dos resultados, risco da carteira de crédito e proporção de depósitos à vista e a prazo. Tendo em vista que os dois grupos foco de análise possuem diferentes características, sejam regulamentares, sejam de posicionamento estratégico, a expectativa é de que os fatores interajam de diferentes maneiras na comparação entre as amostras. A amostra inicial chegou a mais de 2.000 instituições, avaliadas ao longo de 21 anos (1995 até 2016), totalizando, ao final,18.259 observações. Para tanto, as amostras foram divididas em janelas temporais que respeitaram a vigência dos acordos de Basileia adotados pelo país. Para análise, foram utilizados os métodos de estatística descritiva, análise de correlação e o modelo de regressão com dados em painel de efeitos fixos (MEF). Os resultados obtidos sugerem que fatores como tamanho, proporção de depósitos, oportunidade de crescimento e risco de crédito possuem influência na estrutura de capital das entidades, entretanto interagem de diferentes formas, e por vezes oposta, na comparação entre bancos e cooperativas de crédito.