Resumo:
No Rio Grande do Sul, a erva-mate, Ilex paraguariensis St. Hil. (Aquifoliaceae), é um dos componentes nativos da floresta ombrófila mista e tem importância sócio-econômica e ambiental. Este trabalho objetivou inventariar e comparar a riqueza e composição de táxons de formigas em quatro formas de cultivo de erva-mate: nativa, consorciada, monocultivo com e sem aplicação de herbicida e determinar os padrões de ocorrência e de dominância, e o status dos táxons. Durante 12 meses, em cada forma de cultivo, foram amostradas aleatoriamente dez árvores, utilizando-se guarda-chuva entomológico com esforço amostral de 20 batidas por erveira. Paralelamente, com a rede entomológica de varredura foram feitas coletas na vegetação entre as erveiras com 100 redadas por forma de cultivo. Dos 35 táxons registrados, 27 foram encontrados nos ervais nativos, 26 nos monocultivos com aplicação de herbicida, 19 nos de monocultivo e 18 nos ervais consorciados. Quatorze (40,0 %) foram comuns a todas as formas de cultivo, seis (17,1 %) foram exclusivos no cultivo nativo, quatro (11,4 %) no erval com aplicação de herbicida e tanto o erval consorciado, quanto o monocultivo apresentaram apenas um táxon (2,8 %) exclusivo. Ocorreu diferença significativa (p=0,031) apenas entre as comunidades de formigas dos ervais nativo e consorciado. A subfamília melhor representada foi Myrmicinae com 17 gêneros. A similaridade entre as comunidades de formigas dos ervais com aplicação de herbicida e monocultivo foi a mais alta (Sj=71,8 %). A maioria dos táxons foi categorizada como acidental e dominante, com status intermediário. A distribuição dos grupos funcionais apresentou grande semelhança entre as quatro comunidades, sugerindo que a forma de cultivo interfere mais sobre a riqueza de táxons do que sobre a estrutura funcional das comunidades de formigas.