Resumen:
A arquitetura é uma área que possui a habilidade de manifestar os pensamentos e desejos do homem no seu habitar. As construções dão significado a vida cotidiana, que abrigam em seu interior a diversidade de relações, construindo vínculos com os usuários. Exercendo esta importância nas relações cotidianas, e atenta as mudanças ambientais, a arquitetura atua em um segmento que consumo cerca de 50% dos recursos dos recursos globais naturais. Neste sentido, os arquitetos vêm buscando aplicar a sustentabilidade em seus projetos, sendo importante que o espaço traduza os conceitos sustentáveis, gerando menos impacto aos seus usuários e ao planeta. Dentre os vários tipos de espaços arquitetônicos, esta
pesquisa se concentra nos pontos de venda (PDV). Dentro deste contexto, as organizações têm buscado um novo posicionamento de mercado, migrando para táticas de ambientação do PDV e fidelização através do seu ambiente construído e, em muitos casos, já demonstrando sua preocupação com a sustentabilidade. Neste sentido, o problema desta pesquisa é: como o projeto de arquitetura sustentável estimula e favorece a experiência do usuário nos PDVs? Sendo assim, este trabalho buscou em disciplinas adjacentes a arquitetura aproximação com o tema experiência do usuário, bem como temas referentes aos elementos de atmosfera e ambientação de loja, design experiencial, espaço arquitetônico e comercial num viés da sustentabilidade a fim de gerar indícios do projetar para a experiência. A experiência do usuário pode ser entendida como um episódio subjetivo, em que as emoções e sentidos interligam as informações, que podem tomar forma através do espaço arquitetônico. Assim sendo, este trabalho tem como objetivo, desenvolver diretrizes de projeto de arquitetura com premissas sustentáveis que estimulem a experiência do usuário nos espaços projetados. Esta pesquisa possui o caráter aplicado e igualmente exploratório, pois identifica que as temáticas de experiência do usuário, sustentabilidade e arquitetura ainda são pouco exploradas. O método será dividido em duas etapas, sendo etapa ‘A’ composta por coleta de dados através de entrevistas com experts em arquitetura sustentável e estudo de caso. Como critério de escolha deu-se por PDV que possui o discurso sustentável como diferencial de mercado. Um segundo critério de escolha determinou que este caso tivesse ter obtido reconhecimento das suas práticas sustentáveis. A etapa ‘B’ se concentrou na construção de indícios de como a arquitetura sustentável pode contribuir para a experiência do usuário. Chegando-se a construção de 15 indícios principais, tais como: espaço arquitetônico-teatral (tematização); iluminação; mobiliários e expositores; fluxos e percursos e flexibilidade do espaço entre outros, baseados na revisão da literatura, entrevistas com experts e estudo de caso. Diante disso, percebeu-se que as decisões de projeto que objetivem a experiência ainda são tomadas de forma empírica pelos projetistas, e que o termo ‘experiência do usuário’ ainda é emergente e não se encontra consolidado como tal na área. Pesquisas futuras poderiam concentrar esforços em desdobramentos dentro do modelo da web experience a fim de tangibilizar elementos que permitam aos projetistas bases para suas decisões.