Resumo:
Esta dissertação se propõe a investigar as fronteiras entre e escravidão e liberdade em Jaguarão, cidade localizada no extremo sul do Rio Grande do Sul. Para isto, buscou-se compreender as experiências sociais de negros escravizados, livres e libertos nas duas últimas décadas da escravidão. A pesquisa realizada abrangeu fontes como os inventários post-mortem, jornais, cartas de alforria e os processos criminais. A metodologia de trabalho que norteou o tratamento da documentação foi influenciada pela micro-história italiana. Procurou-se, através da variação de escala, estabelecer um diálogo entre o quantitativo e qualitativo. A partir do material empírico e teórico analisado foi possível construir hipóteses e problemas no que diz respeito à história social da escravidão. Defende-se que o estudo sobe a população negra em Jaguarão, considerando a complexidade social da época, demonstrou que um dos caminhos para se entender o trânsito entre escravidão e liberdade, encontra-se mais próximo das relações sociais tecidas por aquelas pessoas, do que propriamente suas condições jurídicas.